Professores de Manaus discutem greve após reajuste abaixo da inflação

A reação dos professores foi provocada pela aprovação do reajuste salarial de 5,48%, proposto pelo prefeito David Almeida e aceito pela Câmara Municipal de Manaus exatamente como foi enviado, mesmo diante da forte pressão exercida pela categoria.

O Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para esta quarta-feira, 18 de junho, após a aprovação de um reajuste salarial de 5,48%, considerado insatisfatório pela categoria.

Encaminhado pelo prefeito David Almeida (Avante) e aprovado pela Câmara Municipal de Manaus (CMM), o projeto não passou por alterações, apesar da mobilização intensa dos professores. Segundo o Asprom, o índice não cobre sequer a inflação acumulada e já havia sido rejeitado por unanimidade em assembleia anterior.

A categoria exige um reajuste de 10% e denuncia o que considera uma postura indiferente da Prefeitura e da Câmara em relação ao processo de negociação. A rapidez com que o Projeto de Lei n° 350/25 foi aprovado levantou críticas sobre a falta de abertura ao diálogo.

“Contamos com a presença de todos os revoltados e indignados com a palhaçada que aconteceu na Câmara de Vereadores”, declarou a diretoria do sindicato. “O prefeito não derrotou os professores! E vamos dar a resposta que ele merece”.

A assembleia será realizada no Centro de Eventos Maanain, localizado na avenida Noel Nutels, no bairro Cidade Nova, zona Norte da capital amazonense. A primeira chamada está marcada para as 16h30, e a segunda para as 17h. A pauta será a definição da resposta coletiva diante do impasse gerado pelo reajuste aprovado.

Pressão nas galerias e articulação legislativa

Na última segunda-feira, professores ocuparam as galerias da Câmara em uma tentativa de barrar a votação, defendendo que o projeto fosse retirado da pauta. A mobilização vinha crescendo desde a semana anterior, quando um pedido de vistas do vereador Rodrigo Guedes (PP) conseguiu adiar temporariamente a decisão.

No entanto, nesta nova sessão, parlamentares alinhados ao Executivo garantiram a aprovação da proposta. O sindicato questiona o trâmite acelerado, afirmando que se trata de uma ação autoritária da gestão municipal.

“Queremos que esta Câmara tire esse projeto da pauta. Não queremos que ele seja votado enquanto o prefeito David Almeida não se dignar a apresentar uma proposta digna e decente”, disse o coordenador jurídico da Asprom, Lambert Melo.

Com a proposta aprovada e sem qualquer novo canal de negociação aberto, o caminho para uma paralisação se desenha como cada vez mais próximo. A próxima assembleia será decisiva para os rumos da rede municipal de ensino.

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