Novas regras facilitam pagar boletos com PIX e reduzem juros

BC padroniza regras para pagamento de boletos com PIX. E busca regulamentar plataformas que permitirão que as antecipações das vendas a prazo por meio de boletos, estimadas em R$ 10 trilhões por ano, possam ser alvo de concorrência maior e ter juros mais baixos.


O Banco Central implementou novas regras que facilitam o pagamento de boletos com o PIX e visam aumentar a concorrência no mercado de antecipação de vendas a prazo, um setor que movimenta cerca de R$ 10 trilhões por ano.

Padronização do PIX para boletos

A partir desta segunda-feira (3), entra em vigor uma resolução do Banco Central que permite a inclusão de um QR Code específico nos boletos, tornando o pagamento mais ágil e seguro.

“Pagar pelo PIX é mais simples. Naturalmente, o mercado vai convergir para isso. A convenção do boleto padronizado permitirá que isso aconteça de forma uniforme”, explicou Mardilson Fernandes Queiroz, consultor do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central.

Boleto dinâmico e maior concorrência

A principal inovação é o boleto dinâmico, que permitirá às empresas antecipar seus recebíveis de forma mais competitiva. Atualmente, quem emite boletos fica vinculado à instituição financeira que os gerou, dificultando a troca por outra com melhores condições de juros.

Com a nova regulamentação, as duplicatas escriturais poderão ser registradas em plataformas supervisionadas pelo Banco Central, permitindo que as empresas façam leilões para encontrar a menor taxa de juros disponível.

“Do ponto de vista do fornecedor, será algo extremamente simples, como apertar uma tecla e permitir que os bancos visualizem suas duplicatas. A partir disso, as instituições financeiras poderão enviar suas propostas de taxas de juros”, explicou Ricardo Vieira Barroso, chefe de divisão no Departamento de Normas do BC.

Impacto no mercado financeiro

Essa mudança beneficia tanto comerciantes quanto incorporadoras imobiliárias, que poderão reduzir os custos da antecipação de recebíveis. Além disso, os bancos terão maior segurança no processo, pois os pagamentos serão direcionados diretamente às instituições que ofereceram o crédito.

A expectativa do Banco Central é que a plataforma de negociação esteja disponível no segundo semestre de 2026, após os devidos testes e aprovação regulatória.

Revista Echos |


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